Em A Pena e a Lei, Ariano Suassuna se mostra mais do que nunca um crítico severo das instituições que transformaram o "Brasil oficial" no país das elites, em detrimento do povo pobre do "Brasil real". A peça, baseada na tradição popular nordestina dos cordéis e teatro de bonecos, vai do profano ao sagrado, do trágico ao cômico, misturando temas e linguagens na medida certa. Como boa farsa, expõe verdades dolorosas incitando o riso, ao passo que estimula a reflexão sobre a imperfeita justiça dos homens frente à infalível justiça divina.
;O primeiro conceito definido por Aristóteles em "A política" é o de cidade compreendida como unidade política suprema. Enquanto toda associação busca um fim particular, a cidade procura um fim que implica a totalidade: a felicidade de todos os cidadãos. Nessa obra, constituída por três grandes grupos de lições - a teoria do Estado, a prática política e a política ideal - , o filósofo grego investiga a forma de governo e as instituições que seriam capazes de promover essa felicidade. Tradutor: Nestor Silveira Chaves Introdução: Ivan Lins
;Mário de Andrade (1893-1945) foi poeta, contista, romancista, musicista, cronista, crítico de artes, de literatura, além de folclorista e um dos maiores expoentes do modernismo. As inovações empreendidas em Pauliceia desvairada (1922) o consolidaram como um dos grandes poetas de nossa literatura, e o "Prefácio interessantíssimo", texto de abertura desta obra, tornou-se representativo do movimento modernista. Também publicou o romance Amar, verbo intransitivo (1927), em que já se antecipa o experimentalismo de linguagem radicalizado em Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (1928) - um dos livros mais emblemáticos das letras no Brasil. Em seu primeiro romance - Amar, verbo intransitivo -, Mário de Andrade aventura-se a explorar e apreender a natureza e o mistério da alma feminina lançando mão de uma magistral composição da personagem-chave do seu livro: a governanta alemã Fraülein. Narrativa experimental, ousada, plasmada numa linguagem cinematográfica, espontânea, esta obra é uma importante referência dentro do movimento modernista, cujo valor literário reconhecem, à medida que sobre ela se debruçam, os críticos e estudiosos da formação da literatura nacional.
;Rui Barbosa de Oliveira nasceu em Salvador (Bahia) em 1849. Em 1870, formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo. Eleito deputado geral, fixou-se em 1879 no Rio de Janeiro, onde, a partir da proclamação da República, se tornou uma das figuras preeminentes da vida política do país. Foi o autor do projeto da constituição republicana apresentado à Assembleia Constituinte em 1890. Exilou-se na Inglaterra quando se instalou o governo ditatorial de Floriano Peixoto, e de lá enviou para o Brasil os artigos reunidos nas Cartas de Inglaterra (1896). De volta ao país, em 1895, foi eleito senador pelo estado da Bahia, cargo que ocupou até ao fim da vida. Por sua brilhante atuação na Segunda Conferência Internacional da Paz, em 1907, ficou conhecido como "Águia de Haia". Fundador da cadeira nº 10 da Academia Brasileira de Letras, distinguiu-se como grande orador e escritor prolífico. Escreveu um dos seus mais famosos discursos - Oração aos moços (1920) - como paraninfo dos formandos da Faculdade de Direito de São Paulo. Suas Obras completas, organizadas pela Casa de Rui Barbosa, chegam a 137 tomos. Morreu em Petrópolis (Rio de Janeiro), em 1923. Esta Antologia, preparada por Luís Viana Filho, traz alguns dos mais conhecidos textos de Rui Barbosa. São páginas cuja vitalidade provém da sinceridade e, não raro, da bravura com que foram escritas ou proferidas.
;Nesta 'Antologia pornográfica' reúnem-se os maiores momentos do porão clandestino, do quarto secreto, do escamoteado inferno da poesia em língua portuguesa. São quatro séculos de verve e de desvario, de irreverência e afirmação vital perpetrados contra a moral e os bons costumes, contra a crença e a sociedade, contra a ordem e o progresso, contra a reputação do próximo e a de si próprio. Do século XVII de Gregório de Mattos ao século XXI de Glauco Mattoso, espraiam-se neste livro os poemas mais escabrosos já escritos na nossa língua. Se alguns deles são famosíssimos, outros são de quase impossível localização, dispersos em manuscritos ou em exemplares únicos, salvos pela memória ou pela tradição oral (...). Com este tesouro de imoralidades, este sacrário de abominações, esta comédia de todos os preconceitos e de todos os desrespeitos, esperamos oferecer ao leitor uma salutar possibilidade de fuga da prisão infernal do politicamente correto em que nos encontramos, sob os auspícios dos mais irrepreensíveis monstros do nosso tempo. Tradutor e Organizador: Alexei Bueno Introdução, Glossário e Bibliografia: Alexei Bueno
;A editora Nova Fronteira reune neste volume todas as peças teatrais dedicadas à comédia na obra de Ariano Suassuna. Aqui o leitor poderá encontrar os trabalhos mais aclamados da carreira deste dramaturgo, que mergulhou profundamente na alma brasileira, ao tratar de temas que conseguem expressar o caráter essencial do ser humano. Estão presentes neste volume as peças: Auto da compadecida, O Casamento Suspeitoso, O Santo e a Porca, A Pena e a Lei, Farsa da Boa Preguiça e As Conchambranças de Quaderna.
;"O contrato social", publicado em 1762, é fruto do amadurecimento intelectual de Rousseau e consiste num tratado de concepção política que interliga questões sobre a liberdade e a lei. Para problematizar e chegar a uma forma de associação pacífica entre os homens e as relações de poder e direito instituídas entre eles, a obra apresenta-se dizendo que o homem nasceu livre, estando, contudo, "acorrentado em toda a parte". Dividido em quatro seções, "O contrato social"é leitura obrigatória para todos que querem compreender o fundamento e a legitimação da sociedade. Tradutor: Antônio P. Machado Estudo crítico: Afonso Bertagnoli
;Do espírito das leis expõe a doutrina segundo a qual as leis são relações cujo espírito é preciso determinar, pois a letra varia de acordo com os lugares e as circunstâncias. As relações que podem ter com a forma de governo, a religião, os costumes, o comércio, o clima etc. constituem o objeto desta investigação. Para Montesquieu, o fundamento das leis ideais é a igualdade natural dos homens e as obrigações de reciprocidade que derivam dessa igualdade fundamental. Do espírito das leis tornou-se a mais influente publicação do século XVIII na Europa, e suas teorias exerceram importante papel na formação do pensamento político moderno.
Obra editada em dois volumes
Tradução: Gabriela de Andrada Dias Barbosa
Introdução de Otto Maria Carpeaux
Do espírito das leis expõe a doutrina segundo a qual as leis são relações cujo espírito é preciso determinar, pois a letra varia de acordo com os lugares e as circunstâncias. As relações que podem ter com a forma de governo, a religião, os costumes, o comércio, o clima etc. constituem o objeto desta investigação. Para Montesquieu, o fundamento das leis ideais é a igualdade natural dos homens e as obrigações de reciprocidade que derivam dessa igualdade fundamental. Do espírito das leis tornou-se a mais influente publicação do século XVIII na Europa, e suas teorias exerceram importante papel na formação do pensamento político moderno.
Obra editada em dois volumes
Tradução: Gabriela de Andrada Dias Barbosa
Introdução de Otto Maria Carpeaux
"Ecce homo" - alusão à frase de Pilatos ao exibir o Cristo martirizado - é um escrito autobiográfico de 1888 em que Nietzsche, no período final de sua lucidez intermitente, examina as suas obras e, através delas, apresenta um novo ideal humano. Não só isso, mas, ao escolher títulos de capítulos como "Por que sou tão sábio", "Por que sou tão sagaz", "Por que escrevo tão bons livros", apresenta a si mesmo como o protótipo de um novo homem.
;A editora Nova Fronteira reúne neste volume todas as peças teatrais curtas, os entremezes, na obra de Ariano Suassuna. Inspirados na cultura popular e associados com o cômico e o burlesco, esses textos apresentam um olhar sagaz sobre a alma brasileira, ao tratar de temas que conseguem expressar o caráter essencial do ser humano. Estão presentes neste volume as peças: O Castigo da Soberba, O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna, O Marido Domado, Torturas de um Coração, O Rico Avarento, A Caseira e a Catarina e a História do Amor de Romeu e Julieta.
;A "Farsa da Boa Preguiça" compõe a trindade das peças mais representativas da dramaturgia de Ariano Suassuna, junto com o "Auto da Compadecida" e "A Pena e a Lei", e, como elas, bebe na fonte do universo mítico e poético do Romanceiro Popular Nordestino. Montada pela primeira vez em 1961, a peça foi inteiramente escrita em versos, e traz, como um dos seus protagonistas, o poeta popular Joaquim Simão, escritor de cordel, cantador e adepto do ócio criativo - a boa preguiça de Deus, contrária à preguiça do Diabo. Peça preferida do próprio autor, a "Farsa" conserva o tom irônico e bem-humorado das comédias de Ariano e é considerada por parte da crítica como "a súmula de todo o seu teatro".
;Em "Hamlet", Cláudio sobe ao trono da Dinamarca, por ocasião da morte do rei que era seu irmão, e se casa com Gertrudes, a rainha viúva. Hamlet, o jovem príncipe, mergulha em profunda depressão. Uma noite, o espectro do pai aparece diante do rapaz para revelar que Cláudio o matou para assumir a coroa e exige vingança. Hamlet passa então a fingir que está louco para que o tio não desconfie de suas verdadeiras intenções. Tradutor: Carlos Alberto Nunes
;Estas memórias, dedicadas "ao verme que primeiro roeu as frias carnes" do próprio narrador, Brás Cubas, compõem um dos mais representativos romances machadianos. Publicado em 1881, o livro Memórias póstumas de Brás Cubas rompe com tradições literárias e traz inovações marcantes em matéria de enredo e construção da narrativa. A forma nada linear como essa autobiografia é contada pelo seu defunto autor, em episódios vividos intercalados com delírios, reflexões e teorias, mistura-se à própria atitude irreverente de um narrador que não mede palavras, expõe as atitudes mesquinhas que teve em vida, sua condição de parasita social e ainda dá uns bons piparotes no leitor.
;"O mercador de Veneza", comédia em cinco atos, figura entre as obras mais famosas de Shakespeare. Bassânio, nobre veneziano que malbaratou seus bens, pede ao amigo Antônio, rico mercador, três mil ducados para poder prosseguir com dignidade o noivado com a rica herdeira Pórcia. Antônio se dispõe a tomar emprestado o dinheiro a Shylock, agiota a quem antes havia insultado por causa da usura que exercia. Este consente em emprestar o dinheiro sob uma condição: se a quantia não for paga no prazo fixado, Shylock terá direito a uma libra de carne do corpo de Antônio.
;Verdadeiro hino à vida e ao desabrochar do eu, "O profeta" é simultaneamente impregnado de misticismo do Oriente e de cultura ocidental. Al-Mustafa, o eleito, compartilha com seu povo sua sabedoria. Temas como o trabalho, o amor e a liberdade estão nessas mensagens, espécie de ensinamento atemporal. Por meio de imagens fortes e evocadoras, essa obra traz para o leitor algumas belas lições de vida cotidiana. Tradutor: Ricardo R. Silveira
;William Shakespeare (1564-1616) nasceu em Stratford¬-upon-Avon e é considerado um dos maiores nomes da literatura mundial de todos os tempos. Não se sabe ao certo até hoje a totalidade de seus escritos, mas chegaram aos nossos dias 38 peças, 154 sonetos, dois grandes poe¬mas narrativos e diversos outros poemas. Autor de Romeu e Julieta, Rei Lear, Sonho de uma noite de verão, entre outras peças montadas ano após ano ao redor do mundo, Shakespeare já em vida conseguiu algum reconhecimento; no entanto, o sucesso de sua obra só aumenta com o passar dos anos, uma vez que os temas abordados são atuais em qualquer época.
Os melhores sonetos reúnem quase um terço da produção shakespeariana neste tipo de poema. Com prefácio de Antônio Houaiss, e a cuidadosa e prestigiada tradução de Ivo Barroso, o leitor apreciará a mestria com que um dos maiores autores da literatura mundial trabalhava suas composições poéticas.
"O alienista", "Teoria do medalhão", "Verba testamentária" e outros dos melhores contos de Machado de Assis encontram-se nestes "Papéis avulsos", título que, a princípio, pode suscitar ao leitor uma ideia de obra improvisada, mas que tem a devida justificativa do autor à guisa de advertência: "Avulsos são eles, mas não vieram para aqui como passageiros que acertam de entrar na mesma hospedaria. São pessoas de uma só família, que a obrigação do pai fez sentar à mesma mesa."
;"Senhora" tem como protagonista Aurélia Camargo, uma moça bela, inteligente e de muita personalidade que vive uma desilusão amorosa ao ser trocada por uma moça mais rica. Ao receber uma herança, Aurélia decide lutar para recuperar seu amado e acaba conseguindo casar-se com ele. No fim, redimidos, ela do orgulho, ele pela humilhação, o verdadeiro amor vence. No romance, percebemos a condenação do casamento por conveniência e a retratação do Rio de Janeiro do Segundo Império, dando especial atenção ao modo de vida da burguesia e às relações humanas na sociedade da época.
;Sobre a liberdade apresenta a defesa clássica do princípio da liberdade de pensamento e de discussão, da posição de que o Estado deve evitar ao máximo interferir na vida das pessoas, e foi muito influente tanto na filosofia política do século XX, como na própria política. É leitura fundamental para estudantes de filosofia, direito, sociologia, ciência política e para todos os que queiram pensar seriamente a relação entre governo e sociedade.
;A editora Nova Fronteira reúne neste volume todas as peças teatrais dedicadas à tragédia na obra de Ariano Suassuna. Aqui temos personagens marcados por destinos contrários à sua vontade, enredados em narrativas conflituosas e questionadoras, com a característica ambiência rural do autor para tratar de temas que conseguem expressar o caráter essencial do ser humano. Estão presentes neste volume as peças: Uma Mulher Vestida de Sol, O Desertor de Princesa, Os Homens de Barro, Auto de João da Cruz e O Arco Desolado.
;Primeira peça teatral escrita por Ariano Suassuna, a tragédia "Uma Mulher Vestida de Sol", de 1947, apresenta como temas centrais o conflito pela delimitação de terras, a questão da palavra de honra e o amor impossibilitado pela luta entre clãs. Já nessa primeira incursão pela dramaturgia, o autor deixa bastante claras as influências recebidas do Romanceiro Popular Nordestino, bem como do teatro espanhol, de Calderón a García Lorca, e da tragédia elisabetana, sobretudo com a inclusão de dois personagens risíveis - o juiz e o delegado - que proporcionam instantes de leveza à atmosfera predominantemente pesada da peça. O texto original, reescrito em 1958, teve sua primeira edição apenas em 1964. Depois da adaptação assinada pelo próprio autor para uma versão televisiva, levada ao ar em 1994 pela Rede Globo, novas alterações foram feitas. A partir daí, o texto foi finalmente liberado para as edições que vêm se sucedendo até os nossos dias, demonstrando a sua alta voltagem poética e o poder de encantamento que tem exercido sobre os leitores. "Uma Mulher Vestida de Sol", segundo Hermilo Borba Filho, que assina o prefácio, "é a primeira grande tragédia produzida no Nordeste".
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